Artigos
A ordem e os desafios da Copa do Mundo

Por: Devanildo Damião

Quando o juiz autorizar o início do jogo amanhã, várias dúvidas sobre os resultados esportivos não serão possíveis de respostas, mas seguramente, vários elementos permitirão evidenciar a análise da viabilidade do projeto.

Relacionado a expectativa que foi formada e profundamente difundida de melhorias substanciais na vida das pessoas, temos dados suficientes para entender que os resultados obtidos estão aquém da expectativa que foi criada, a Copa do \mundo não provocou o crescimento substantivo, que geraria um grande número de empregos e renda, permitindo, melhorar o anêmico resultado de crescimento da nossa economia.

As obras de infraestrutura, mesmo quando positivas, como aquelas executadas na Zona Leste da cidade de São Paulo, são encaradas como desperdícios pela população, e alguns aproveitadores utilizam e manipulam pessoas para os seus objetivos pessoais.

Entidades de classe, pressionam o governo para conseguir reposições, acima de tetos inflacionários e prejudicam a vida de milhares de pessoas. Ameaçam a estabilidade, inclusive oferecendo caminho para que grupos bardeneiros e sem identidades exponham os devaneios desvairados. Cabe destacar, que a mídia especializada, na maioria, faz uma cobertura pautada pelos malefícios do evento e não se esforça para mostrar os pontos positivos.

A falsa dicotomia entre os investimentos para a Copa do Mundo e a construção e melhorias na saúde, ganhou eco nas pessoas, em parte pela facilidade do discursos simplista e também pela fragilidade do nosso débil sistema de saúde, que incorpora falhas estruturais, sendo sentido de forma imediata pelas pessoas.

Na parte comercial, as vendas pré-Copa, sempre são as mais volumosas, pois atendem expectativas, envolvendo: roupas, enfeites, produtos de consumo e sobretudo, equipamentos eletroeletrônicos. Segundo dados das principais associações comerciais, elas estão bem abaixo do esperado e contribuindo para a formação de estoques não desejados.

Considerando uma perspectiva mais subjetiva, a Copa do Mundo poderia servir como alavancadora de uma grande campanha de valorização e incentivar os investimentos no País. Infelizmente, nada disso se consolidou, e o cenário é bem pessimista: as pessoas, na sua maioria, colocam-se de forma contrária ao evento e sentem-se de certa maneira, excluídas, explicada pela relação de pessoas por milhão entre aqueles que gostariam de assistir aos jogos e aqueles que efetivamente possuem ingressos.

No mais, cabe torcer pela Seleção e não confundir o desempenho no evento esportivo com o desempenho do governo, as variáveis são outras. A Seleção é Pátria, é Estado, é perene, é indiscutível, devemos amá-la sempre. O governo refere-se a responsabilidades transitórias, que, graças à democracia, podemos influir no tempo oportuno com ordem e responsabilidade.

Devanildo Damião é mestre e doutor em gestão tecnológica (USP); pesquisador do Núcleo PGT /USP; coordenador do Núcleo Acadêmico da Agende e coordenador de pós-graduação (MBA) em gestão da inovação tecnológica no Centro Universitário Padre Anchieta, em Jundiaí.




Últimas da categoria

Parceiros
AGENDE Guarulhos - R. Paschoal Conte, 225 – Vila Sirena – Guarulhos – SP – CEP 07051-050 - Telefone: 11 3488-9535 | Design by Olivi Publicidade