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Inovações no futebol

Por: Devanildo Damião

A realização de uma Copa do Mundo, dado o porte e a capilaridade do evento, impacta o nosso cotidiano.

A profusão de jogos, culturas e emoções contagia a todos, e mesmo aqueles que querem se manter distantes sempre serão alertados pelo barulho de fogos, anunciando um gol ou uma vitória.

O futebol é o esporte mais popular do mundo, com raízes na Velha Europa, que se alastrou por todos os continentes. Atualmente, a aplicação de conceitos de gestão avançados (tardios, quando comparados às ligas americanas) movimenta recursos bilionários, afora os não contabilizados.

O jogo tem por característica a disputa territorial, com objetivo de ocupação (violação) do espaço sagrado do adversário e preservação do próprio espaço, sendo permitidas estratégias aéreas e terrestres.

A estratégia é desdobrada em capacidades individuais de jogadores com funções específicas e definidas, buscando potencializar as competências da equipe. Existem também atividades de suporte que envolvem preparação do físico, emocional e médica.

As partidas (jogos) são desenvolvidas em ambientes controlados e tempos pré-determinados, e transcorrem de forma contínua, sendo coordenados por um conjunto de normas. Por exemplo, em caso de jogadas violentas, a parte imparcial (juiz) poderá expulsar o responsável pelo ato.

O caráter interpretativo de alguns fatos (lances) levou ao aumento da subjetividade no julgamento de vários lances, como violência das faltas, ofensas morais, intenção de paralisar as partidas. Essa característica é endêmica ao futebol e impossível de ser dissociada dele.

Todavia, algumas evoluções estão acontecendo e melhorando este esporte, tais como o spray para marcação da distância das barreiras e o sensor de sinalização de gol, alojado na própria bola.

Seguramente, muitas injustiças deixarão de ocorrer pelo uso desta tecnologia, a qual tem o potencial de restabelecer decisões erradas e diminuir critérios subjetivos.

Acompanhando estas evoluções, fico tentado a promover o debate em torno da eliminação da regra de impedimento no futebol. A linha entre o erro e o acerto é muito tênue e superior à capacidade humana de observação.

Na prática, deriva de um momento de sorte dos auxiliares. Reitero que é humanamente possível ter a exata precisão entre o momento do passe e o posicionamento de quem o recebe, de forma simultânea.
Caso fosse retirado o impedimento, o que poderia acontecer, na pior das hipóteses, seria o aumento do número de gols, dado que o espaço útil das equipes no ataque seria maximizado.

Não entendo a lógica para manutenção desta regra, que encarece o espetáculo, conduz a injustiças e dificulta o objetivo maior do futebol, que é o gol.

A Fifa poderia marcar um gol, inovando e retirando o impedimento, cuja função é somente confundir e impedir gols.

Devanildo Damião é mestre e doutor em gestão tecnológica (USP); pesquisador do Núcleo PGT /USP; coordenador do Núcleo Acadêmico da AGENDE e coordenador de pós-graduação (MBA) em gestão da inovação tecnológica no Centro Universitário Padre Anchieta, em Jundiaí.




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