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Dubai, esquina entre Oriente e Ocidente

Dubai é uma das sete cidades-estado dos Emirados Árabes. Junto com Abu Dabi, é uma das duas mais prósperas do mundo árabe. Todavia, diferentemente das outras cidades da região, a principal riqueza de Dubai não é o petróleo. De acordo com dados de 2008, somente 8% do PIB está relacionado ao hidrocarboneto. As previsões apontam esgotamento de suas reservas até 2020.

A pergunta é: como essa cidade localizada no meio do deserto consegue atrair capitais do mundo todo? A resposta passa pelo planejamento estratégico do governo, que identificou como principal força da cidade a localização privilegiada e ofereceu diversos incentivos para a instalação de áreas de livre comércio (sem o pagamento de tributos e taxas).

Paralelamente, proporcionou estruturas propícias para abrigar grandes empresas mundiais. Criou aglomerações e empresas de tecnologia da informação e comunicação, num ambiente de inovação denominado Cidade da Internet, tudo isso aliado a um arcabouço regulatório bastante flexível.

Dubai configura-se como um entreposto do comércio dos Emirados Arábes Unidos, e 70% a 80% do total de comércio do país passa pela cidade. O principal segmento econômico é o de serviços (envolve comércio), com cerca de 70% do PIB, com destaque para a construção civil e mercado imobiliário.

Está lá o maior edifício do mundo, o Burj Khalifa, com 828 m. O setor bancário é bastante desenvolvido, e oferece suporte ao sistema hoteleiro e de turismo. Sem belezas naturais, a cidade concentrou-se no desenvolvimento de uma arquitetura moderna e arrojada para dar suporte à construção civil.

Estrategicamente, foi incentivado o setor de transportes. O mais importante dinamizador da economia de Dubai é a Emirates Airlines, que voa para mais de 100 destinos, sendo uma das dez maiores empresas aéreas do mundo. A Emirates é a principal compradora dos aviões da Boeing e da Airbus, com US$ 37 bilhões em encomendas.

Seu crescimento, de 20% ao ano, demandou investimentos no setor aeroportuário, transformando o Aeroporto de Dubai num dos maiores do mundo.

A localização geográfica propícia e o incentivo à competição aérea igualitária entre as companhias promoveram o crescimento de forma exponencial no número de viagens e passageiros.

O aeroporto é um importante hub (ponto de conexão) entre Oriente e Ocidente, superando aeroportos tradicionais, como Heathrow, na Inglaterra, ao registrar 67,3 milhões de passageiros (anualizados, em fevereiro de 2014), contra 66, 9 milhões.

Cabe ressaltar que, assim com o Aeroporto de Guarulhos (36 milhões de passageiros em 2013), o Aeroporto de Dubai é um dos maiores movimentadores de carga no mundo.

Essa realidade permite questionar em que medida a nossa cidade efetivamente está aproveitando o nosso potencial logístico e a vantagem estratégica de localização.

Devanildo Damião é mestre e doutor em gestão tecnológica (USP); pesquisador do Núcleo PGT /USP; coordenador do Núcleo Acadêmico da Agende e coordenador de pós-graduação (MBA) em gestão da inovação tecnológica no Centro Universitário Padre Anchieta, em Jundiaí.




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