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Indústrias, lá e cá

“O Brasil apresenta a diminuição do peso da indústria na economia” diz Damião
Todas as atividades econômicas são importantes, mas, dentre elas, a indústria é sem dúvida, aquela que envolve maior agregação de valor econômico e social, pois a sua essência é o processo de transformação.

Em outras palavras, entram produtos e insumos num estado, valores são agregados, e transformam-se em produtos mais valorizados. Por exemplo, farinha de trigo, água, eletricidade e fermento, combinados, ser transformam em pães.

O Brasil apresenta a diminuição do peso da indústria na economia. Os últimos resultados apontam para a participação de 13% do PIB. Os resultados suscitam várias questões, que não encontram respostas triviais.

A atividade industrial dos Estados Unidos, por exemplo, responde por 27% da produção mundial e por quase 21% da riqueza do país. Das 100 maiores indústria no mundo, mais de um terço são americanas. Grande parte de tudo que circula no mundo de mercadorias e capitais são oriundos desse país.

No desafio de identificar os motivos desta potência, podem ser citados: 1- a presença e exploração do potencial energético, com as jazidas minerais de ferro e carvão abundantes; 2-o protagonismo adquirido, após a Segunda Guerra Mundial, como financiador e fornecedor dos europeus e asiáticos; 3- o amplo mercado interno, que consome a maior parte da produção; 4- a capacitação e competência da mão de obra, qualificada em importantes bases de ensino e pesquisa.
Outro aspecto é que a indústria no espaço norte- americano também é distribuída de forma irregular. A região Nordeste e Centro-Oeste são bastante adensadas, formando o Manufacturing Belt (cinturão das manufaturas), que representa 80% da mão de obra total do setor, destacando-se setores tradicionais como indústria têxtil, eletrônica e automobilística.

A grande diferença é a adaptação às mudanças provocadas pela sociedade do conhecimento. Foram estabelecidos novos núcleos industriais na Costa Oeste e Sul do país, denominadas de Sun Belt (cinturão do sol), que apresentam como principais atividades produtivas a indústria aeroespacial, militar, eletrônica, de informática e biotecnologia. Localiza-se nesta região o Vale do Silício (Califórnia), com grandes empresas de alta tecnologia, universidades, institutos de pesquisas, com muitos pesquisadores estrangeiros, atraídos por melhores salários e desafios profissionais.

Como ameaça, podem ser citadas a resistência exercida pela crescente concorrência de grupos internacionais chineses e a força da sua indústria, baseada em baixos custos da mão de obra e escala intensiva.

Mas existe um fator que traz vantagens competitivas e oportunidades. É o shale gas, o gás de xisto, que está revolucionando os processos de manufatura.

Devanildo Damião é mestre e doutor em gestão tecnológica (USP); pesquisador do Núcleo PGT /USP; coordenador do Núcleo Acadêmico da Agende e coordenador de Pos graduação – MBA Gestão da Inovação Tecnológica no Centro Universitário Padre Anchieta – Jundiaí.





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