No último mês fui convidado para ministrar uma palestra sobre economia pessoal, a intensidade e variedade de questões motivaram-me a compartilhar algumas lições aprendidas nesse espaço.
Iniciarei abordando alguns aspectos relacionados às boas práticas de gestão financeira, o primeiro aspecto está relacionado à necessidade de condicionar as despesas em relação as suas receitas. Em linhas gerais, o seu gasto no mês deve ser inferior aquilo que você ganha.
Não adianta olhar para o carro do vizinho ou para a roupa da novela, pois o seu gasto deve ser compatível com aquilo que você ganha, no máximo em 70%, segurar e disciplinar o consumo evidencia a inteligência e estabilidade da pessoa.
Logicamente, reduzir custos e consumo não é tarefa fácil, mas se fosse todo mundo o faria. Assim, prestações em longo prazo são justificáveis somente para aquisição de ativos como a casa, pois elas se transformam em patrimônio e substituem o compromisso com o aluguel.
Na mesma linha, os pagamentos das mensalidades da Faculdade também são viáveis, pois, são investimentos que proporcionarão aumentar as suas receitas de forma estrutural e fortalecer a empregabilidade.
No que se refere a compra de veículos, é necessário cautela, pois, os mesmos apresentam desgaste acelerado e são geradores de despesas (Impostos, seguros, manutenção e combustíveis) proporcionais ao valor do veículo. Assim nunca é indicado ter dívidas altas e longas em relação aos automóveis, visto que o valor do mesmo deprecia-se rapidamente.
A melhor política sempre é fazer poupança, pois com o dinheiro na mão será possível: i) negociar melhor os produtos e serviços, ii) inverter a lógica de juros contra e iii) diminuir riscos de inadimplências futuras.
Para aumentar essa liquidez vale sacrifícios, tais como ter um descritivo detalhado dos seus gastos na semana e fazer vale a técnica da priorização por importância, reduzindo e eliminando os elementos supérfluos, enfatizando que cigarros, café na padaria e bebidas são os maiores vilões dessa história.O planejamento das compras é fundamental, assim como se buscar antecipar as demandas futuras de projetos e prover recursos.
O pior cenário, ou aquilo que não se deve fazer é estourar o saldo do cheque ou pagar parcialmente os débitos do cartão de crédito. Os Bancos no Brasil são verdadeiros agiotas regulamentados e praticam taxas exorbitantes. É o passaporte para entrar no ciclo da decadência financeira, pois os juros cobrados são compostos e altos.
Caso a dívida tenha sido inevitável, reconheça a dívida do valor principal e procure um juizado de pequenas causas, apresente os juros praticados pela instituição e solicite uma revisão.
Com certeza, será solicitado um acordo, tomando como base a sua condição de pagamento e com prazos corretos.