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China: dúvidas sobre o amanhã



"Existe um problema crônico de falta de água potável para a população"

 

Voltamos a utilizar esse espaço para falar sobre a China, aproveitando a divulgação do PIB Chinês de 2010, que cresceu 10,3% sobre 2009 e atingiu US$ 6,05 trilhões (mais de R$ 14 trilhões). Superando o PIB japonês com certa folga e tornando-se a segunda economia no mundo. Pode-se salientar que a economia ainda é menos do que a metade da economia americana de US$ 14 trilhões, mas cabe ressaltar que ha exatos 10 anos em 2001, o PIB chinês estava abaixo de US$ 1,5 trilhão.
Para dimensionar o tamanho da economia chinesa cabe ressaltar que ela corresponde a mais de duas vezes a economia da França ou Grã-Bretanha, quatro vezes ao Brasil, ou 340 vezes o tamanho da economia de Guarulhos.
Portanto, um gigante que apresenta crescimento contínuo em dois dígitos. No que se refere, especificamente as relações comerciais com o Brasil, é importante frisar que o saldo da nossa balança comercial é positivo em US$ 4 bilhões (R$ 6,8 bilhões). Para ser preciso e evidenciar a dependência atual, 15,25% das nossas exportações são para a China. O aprofundamento na pauta de comércio evidencia, porém, que estamos exportando materiais sem diferenciação e importando produtos industrializados, ou seja, pagando pelo conhecimento chinês.
A questão de fundo é até quando a China mostrará ser sustentável. Hoje, tornou-se a grande alavanca para o crescimento dos demais países, inclusive financiando a economia americana e ficam dúvidas sobre a sustentabilidade desse crescimento no futuro.
 A China é um país com mais de 1,3 bilhões de habitantes e bastante heterogêneo no que diz respeito a sua conformação e oferta de recursos naturais, convivendo áreas urbanas com vocação tecnológica e uma grande zona rural. Nesta última, existe um problema crônico, referente a falta de água potável para a população, fato, que implica em diversas limitações para um crescimento sustentável.
As bases para o crescimento da economia são as exportações (cerca de 22% do PIB), dinamizadas por um câmbio desvalorizado e liquidez acelerada (nos últimos dois anos o governo injetou cerca de US$ 3,8 bilhões). A grande oferta de moeda possibilitou expandir o crescimento, inclusive com investimentos substanciais em infraestrutura, os quais, impulsionaram a compra de materiais primários, como minérios de ferro do Brasil que somaram US$ 13,34 bilhões em 2010.
A oferta de moeda é importante para induzir relações comerciais, mas existe uma contra-indicação a inflação. O artificialismo do Câmbio e o excesso de moeda são dinamizadores eficientes de processos inflacionários. A população chinesa não parece disposta a conviver com o caos propiciado por economias inflacionárias e a situação pode ficar comprometida por respostas inesperadas da sociedade, em última medida com efeitos políticos.
A China deve começar a basear a sua economia em bases reais e preparar-se para enfrentar os desafios impostos pelo mundo capitalista.



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