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Competitividade tecnológica

O Brasil se posiciona como grande exportador de produtos primários


Tradicionalmente, os países com maior desenvolvimento econômico são aqueles que possuem padrões produtivos com maior especialização, os quais movimentam cadeias produtivas com base na incorporação de conhecimentos e tecnologias.

Neste contexto, o Brasil se posiciona como um grande exportador de produtos primários, com reduzida agregação de conhecimentos, fato que tende a criar menores margens de ganho no comércio internacional. Para materializar esse fato, cabe citar que o Brasil exportou mais de 30 milhões de sacas de 60 kg em 2010 em grãos, principalmente para os Estados Unidos e a Alemanha (nesses países os grãos são tratados). Depois o próprio Brasil importa café torrado e moído, considerando que o valor agregado do produto aumentou substancialmente. Colocadas essas informações, tornam-se importantes algumas observações que remetem a uma análise mais criteriosa, inclusive envolvendo o impacto dessa estratégia para o País.

O segmento de minérios de ferro, o mercado deste produto está voltado para as exportações para a China.

Questiona-se: 1º) até que ponto esse movimento é favorável para nós? 2º) Os recursos são renováveis? 3º) Mobilizam cadeias que incorporam tecnologias importantes? 4º) São reversíveis em termos de impactos ambientais?

A resposta destes itens permite notar que o alto custo da exploração do nosso solo não se complementa com atividades de maior intensidade tecnológica como a Siderurgia, a qual possui maior valor agregado.

Em suma, exportamos a matéria-prima para que outros países apliquem conhecimentos e comercializem produtos mais valorizados como aços especiais. A lembrança do Brasil colônia é automática.

Quando o País se especializa na produção de uma atividade de alto valor tecnológico, ele incorpora conhecimentos que permitem desenvolver processos melhores e padronizados, também capacitações e competências sustentáveis no longo prazo, elementos fundamentais numa sociedade altamente competitiva.

A nossa agricultura é competitiva, e muito se deve a visão da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) que possibilitou o desenvolvimento de diversas competências pelo processo de Pesquisa e Desenvolvimento. O Segredo foi a leitura de que as condições propiciadoras para o desenvolvimento dos produtos deveriam ser adequadas com base na sua produtividade, envolvendo clima, solo, instrumentos, alimentação e agentes externos como fertilizantes e controle de pragas.

Dr. Devanildo Damião
• Mestre e Doutor em Gestão Tecnológica - USP
• Pesquisador do Núcleo PGT - USP
• Coordenador do Núcleo Acadêmico da AGENDE - Agência de Desenvolvimento de Guarulhos.
• Coordenador do curso de ADMINISTRAÇÃO  da Faculdade MOZARTEUM de São Paulo



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