“O professor tem na cabeça e no coração o poder de transformar o mundo”
No momento que o País passa por um grande crescimento econômico e social, é propício tratarmos de um tema de suma importância, a educação básica. O primeiro aspecto refere-se à necessidade de o desafio de tratar um tema que tem escala e que é bastante sensível aos aspectos sociais. A escala é derivada do aumento populacional das cidades que refletem pontuar em mais crianças acessando o sistema de ensino; os aspectos sociais inserem-se no contexto de que os primeiros anos de ensino demandam aspectos de formação e informação conjuntamente.
O nível estratégico tem como função mapear, determinar e dispor as demandas e os recursos e as diretrizes de ensino, o nível tático é um desdobramento com escopo mais determinado e faz a transição com o nível operacional que é o ambiente no qual o sistema acontece de fato. No nível operacional, o professor faz a diferença, pois ele é o agente que transforma aquilo que foi planejado em ações reais, observando o contexto escolar e direcionando ações adequadas ao seu público. O professor lida com uma miríade de pessoas e contingências, tendo que possuir grande flexibilidade para equacionar situações que, via de regra, as demandas não são formuladas adequadamente.
Tudo isso é desafiador, mas ganha mais contornos de dramaticidade quando o sistema cada vez mais o comprime. O professor não pode repreender o aluno, o professor não pode falar alto, o professor não pode tocar nas crianças, o professor não pode faltar, o professor não pode receber um salário digno, o professor não pode comer na escola, o professor não pode beber café e coisas do gênero.
Soma-se a isso a falta de gerenciamento dos governantes que não valorizam o professor, não se restringe a uma mudança semântica de professor para “educador”. Ele não pode tornar-se estranho no local que deveria ser a sua casa, “a escola”, pois sofre demandas e pressões constantes, por exemplo, contratam-se empresas privadas para oferecer merendas escolares e a conta não inclui o professor.
O pior é que esse processo não é culpa de um governo ou governante específico, mas de um sistema que não é alterado, a solução é complexa, mas algumas medidas pontuais seriam um excelente paliativo, para um grupo tão carente. Lembrando que não teremos profissionais altamente especializados no futuro caso não tratarmos as nossas bases hoje.