“O PIB do Brasil eleva o País ao status de uma das principais potências econômicas”
A divulgação do resultado do PIB de 2010, em valores correntes, alcançou R$ 3,6 trilhões e elevou o nosso status econômico, visto que posiciona o País na sétima posição em termos de geração de riquezas no mundo, ficando atrás somente de superpotências como EUA, China, Japão, Alemanha, França e Reino Unido. O PIB (Produto Interno Bruto) refere-se à soma de riquezas produzidas em espaço e tempo determinados, reflete, portanto, o desempenho da economia de um País em dado momento.
A questão que emerge é: quais são as repercussões deste fato?
Primeiramente, na esfera política, o resultado consolida a liderança em termos de América do Sul e também como a segunda potência fora do eixo Europa e Ásia. Nessa perspectiva, espera-se que o País será observado como o “irmão rico” pelos demais países em nosso entorno, cabendo relações diplomáticas cada vez mais complexas.
Referente aos motivos observa-se que parte substancial do resultado foi alcançada pela mobilização de uma política que incentivou a exploração do mercado interno com o oferecimento de créditos e melhor distribuição de renda, permitindo que novas camadas tivessem acesso ao mercado. Todavia, existem os efeitos colaterais, visto que as políticas de incentivos da demanda interna e aumento de condições de crédito são alimentos importantes para a Inflação.
O governo já começa a ensaiar vários sinais de que precisa combater essa questão, aumento do compulsório para os bancos, aumento da Selic (taxa básica da economia, que estipula o empréstimo para o setor bancário) e ajuste fiscal.
Assim, espera-se que em 2011 haja um crescimento menor aos 7,5% de 2010, algo em torno de 4%, com medidas que afastem riscos de novas pressões inflacionárias. Na verdade, busca-se distanciar do lado perverso da economia, pois a inflação distorce e aumenta a lacuna entre os mais ricos e mais pobres; os mais ricos dividem as suas receitas entre consumo e poupança e os mais pobres dirigem os seus recursos somente para o consumo, não corrigindo a depreciação do seu capital.
O aumento no PIB per capita no Brasil, de mais 100% em relação a 1996 (era de US$ 5.000), para o ano de 2010, com mais de US$ 10.894, deve ser refletido e não confundido com a melhoria na distribuição de riqueza. Na essência, reflete o crescimento econômico ponderado por um menor aumento populacional, pois ainda estamos na 71º posição mundial, lembrando que a renda per capital da Argentina (US$15.064) é cerca de 50% maior que a do Brasil.