“O ideal é estudar os processo e aplicar tecnologias que facilitem a tomada de decisões corretas”
Dr. Devanildo Damião
• Mestre e Doutor em Gestão Tecnológica - USP
• Pesquisador do Núcleo PGT - USP
• Coordenador do Núcleo Acadêmico da AGENDE - Agência de Desenvolvimento de Guarulhos
No meio jurídico, as decisões são tomadas com base em processos legais, as quais num País democrático como o Brasil permitem a ampla defesa, produzindo bastante informações. Todavia, não se observa um perfeito acolhimento da tecnologia da informação nas mais variadas instâncias processuais e de decisão. Os processos, via de regra, são formalizados em estruturas antigas e manuais. Sem dúvida, ocorreram avanços, possibilitando, por exemplo, acompanhar a situação pela Internet, mas, existe um campo enorme para avanços.Por exemplo, o ritual de oitivas de réus em processos criminais, o qual mobiliza um efetivo enorme de policiamento para tomar depoimentos, é emblemático e poderia ser bastante simplificado com a utilização de meios de comunicação, como vídeos-conferências, evitando o custo do transporte e diminuindo o risco no transporte de indivíduos perigosos. Também em discussões mais simples, como aqueles que envolvem discussões mais passionais como valores de pensão, a informação poderia ser mais abrangente, alguns softwares estatísticos permitem precisar valores com enorme rapidez, considerando o número de alimentados, a efetiva contribuição de cada ente na conquista do patrimônio, a diferenciação nos cálculos de patrimônio e renda e, assim na determinação de valores os juízes poderiam tirar médias, utilizar cálculos de projeção e determinar valores realísticos da situação patrimonial e de renda dos envolvidos. Numa sociedade dinâmica como a nossa, em que se igualaram os direitos e deveres de homens e mulheres, cabem decisões lastreadas em informações precisas e atualizadas. Não é difícil prever que um jogador de futebol, uma professora ou mesmo um engenheiro terá uma queda significativa nos seus rendimentos ao parar de exercer a atividade com a aposentadoria, essa redução poderia ser estipulada nas sentenças e evitar transtornos que marcam de maneira definitiva a imagem de cidadãos.
O ritmo dos processos também poderia ganhar agilidade, ofertando aos oficiais de justiças mais mobilidade para o desenvolvimento das suas atividades, as comunicações que são a essência do processo de ampla defesa poderiam ser modernizadas e facilitar à dinâmica, possibilitando decisões mais rápidas e mesmo, revisões em decisões quando o contexto assim exigir.