"Os desafios estão sendo superados e Guarulhos ganha contornos de cidade do futuro”
Dr. Devanildo Damião
• Mestre e Doutor em Gestão Tecnológica - USP
• Pesquisador do Núcleo PGT - USP
• Coordenador do Núcleo Acadêmico da AGENDE - Agência de Desenvolvimento de Guarulhos
Alguns conceitos são totalmente dependentes da variável tempo, a qual produz efeitos importantes na curva de aprendizagem. Esse aspecto é fundamental para desenvolver as chamadas estratégias de sensibilização e conseguir a adesão de setores e lideranças importantes para os projetos mais desafiadores e inovadores.
Esse preâmbulo é o pano de fundo para contar um pouco da origem da ideia do Parque Tecnológico de Guarulhos. Em 2007, a Fapesp, que é um órgão estadual de fomento e apoio a projetos, abriu editais concorrenciais na modalidade de políticas públicas. Na ocasião, o Núcleo de Políticas e Gestão Tecnológica da USP, na qual participo, apresentou proposta para o Parque Tecnológico de São Paulo e colocou-se à disposição para estudar as condições da cidade de Guarulhos. A problemática sugerida envolvia mensurar as condições do município abrigar um instrumento de inovação. Na ocasião, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico mostrou-se disposta a participar e também foram levantados outros apoios importantes, com destaque para a Agência de Desenvolvimento Local – Agende – e as entidades de ensino local. O projeto foi apresentado e aprovado pela Fapesp, o no seu desenvolvimento foram feitas pesquisas na literatura e viagens para conhecer o estado da arte em termos de parques tecnológicos. O relatório em 2008 foi conclusivo em relatar que Guarulhos apresentava condições favoráveis para um parque tecnológico e que o mesmo deveria estar inserido num contexto de ativação do sistema de inovação local.O desenvolvimento das atividades possibilitou uma aproximação com a diretoria e o grupo executivo da Agende que incorporou o projeto e, sobretudo, colocou a Incubadora existente como o embrião do futuro parque tecnológico. Assim, a Incubadora foi reestruturada para se tornar de base tecnológica, seguindo as diretrizes de um planejamento estratégico, cabendo a Agende assumir um importante papel de âncora técnica e articulação do projeto, aproximando-se do poder público local e fazendo gestões em outras esferas de governo. Outras medidas de impacto foram produzir seminários nacionais e internacionais; desenvolver programas e missões para parques nacionais e internacionais e organizar uma equipe técnica com especialistas com os seguintes desafios: desenvolver o modelo conceitual do parque tecnológico; responder as demandas documentais das entidades de apoio; promover a articulação com as entidades de ensino e transformar a Incubadora de Guarulhos numa referência para o País.Paralelamente, o poder público municipal começou a participar com a missão de encontrar uma área adequada; dotar o local de infraestrutura apropriada e elaborar legislação adequada para abrigar setores de alta tecnologia.