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A Europa precisa aprender com o Brasil.

"A linha adotada no Brasil implica na diminuição de juros com a ampliação de Créditos"

 

 

Dr. Devanildo Damião
• Mestre e Doutor em Gestão Tecnológica - USP
• Pesquisador do Núcleo PGT - USP
• Coordenador do Núcleo Acadêmico da AGENDE - Agência de Desenvolvimento de Guarulhos

Seguramente, essa frase analisada anos atrás poderia levantar dúvidas sobre a minha sanidade mental. Todavia, a evolução econômica ocorrida no Brasil nos últimos anos possibilitou alcançar um estágio de conforto, não de tranqüilidade, para enfrentar crises.
Primeiro, cabe retomar que com a estabilidade monetária, complementada com a ampliação do mercado consumidor, o Brasil ganhou autonomia para lidar com as turbulências internacionais, os efeitos externos provocam oscilações, mas não o contágio sistêmico e automático da nossa economia.
Não se está defendendo a auto-suficiência do país, visto que alguns resultados já são preocupantes como a diminuição dos investimentos em bens de capital (5,5%)  e bens duráveis (9%), quando comparamos Setembro em relação a Agosto, resultando numa estimativa de redução do PIB para abaixo de 3%.
O ponto crucial é a forma de lidar com este cenário, buscando alternativas responsáveis, mas, sobretudo menos traumáticas. O receituário de medidas anticíclicas no Brasil tem se mostrado vigoroso e mais correto do que os tradicionais programas de austeridade que conduzem para diminuição de crédito, de renda e de emprego.
Atualmente, a Europa sofre os efeitos de uma crise que começou com a quebra do banco americano Lehman Brother e parece não ter fim, somente à Alemanha aparece em boas condições. Os efeitos econômicos estão se alastrando sobre as instituições políticas. A economia européia corresponde a 14 trilhões de dólares, sendo importante caminho para as exportações e importações do País.  O conjunto de países que formam os PIGS (Portugal, Irlanda e Itália, Grécia e Spain) está em volta com programas rígidos de austeridade pelo Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI). A questão subjacente é relativa aos efeitos do receituário de austeridade financeira e monetária, ele irá resolver a situação desses países ou agravar a impressão de recessão econômica.
Parece que a segunda opção é a mais provável, os países estão seguindo o receituário dos fundos emprestadores e buscando diminuir os gastos e esquecer os investimentos, esse cenário diminui o dinheiro circulando na economia, provoca traumas financeiros com a queda da liquidez e desmobilizam cadeias produtivas. Portanto, a lição de casa desses países diminui a gordura, mas, via de regra, corta a própria carne.




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