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Copa de 2014 - trapalhadas na organização

Por Devanildo Damião

A insistência do Sr. Kassab no projeto é irritante e sem justificativas

 
Aproveitando o clima de Copa do Mundo, apesar de confessar-me não tão motivado e esperançoso com a nossa Seleção, vou convidá-los a fazer uma reflexão sobre 2014, ano em que o Brasil sediará a Copa do Mundo.
Um dos principais fatores que justificam um país a sediar o Mundial são as oportunidades de melhorias na sua infraestrutura e nos recursos advindos do turismo. O fluxo de pessoas para assistir o evento presencialmente é muito grande e também os “olhos” do mundo se dirigem ao país sede. As fontes de informações são potencializadas e, possivelmente, muitos meninos franceses e ganeses descobrirão que a capital do Brasil não é Buenos Aires, todavia, o nosso ar é bem melhor do que aquele que atua sobre os hermanos.
No planejamento e organização para o evento a decisão dos locais para os jogos deve ser tomada em consonância com o Poder público local, visto que serão necessários o envolvimento público em relação ao transporte, segurança, saúde, etc. A Fifa, que é a instância superior relacionada ao futebol, determina por meio do seu caderno de encargos, os elementos necessários para o desenvolvimento do evento, deixando evidentes as condições.
No que tange aos estádios para serem desenvolvidas as partidas, a Fifa estabelece uma série de critérios baseados em referências de excelência, ou seja, padrões de classe mundial. Esse aspecto que pode ser encarado como um desafio traz a oportunidade de uma localidade evidenciar pontos referentes à sua engenharia, conhecimentos e capacidade de seu povo.
Nesse aspecto, a cidade de São Paulo, está demonstrando uma grande inaptidão, fato que está comprometendo a imagem da cidade mais rica da Federação e terceiro orçamento do País. A insistência num estádio particular e ultrapassado como o Morumbi é irritante. Na análise dos pontos favoráveis e desfavoráveis a sua alocação no projeto, os pontos desfavoráveis estão muito à frente. Vejamos, necessidade de alto investimento público para possibilitar transporte de pessoas de forma adequada, doação de áreas públicas para construção de estacionamento, rebaixamento em 3m do nível do gramado para eliminar os inúmeros pontos cegos do estádio, somados os valores superam os investimentos para a construção de um estádio novo.
A insistência do Sr. Kassab no projeto é irritante e sem justificativas, e o tempo urge e a cidade provavelmente não será o local de abertura do evento, não será o local da final do evento e nenhuma decisão é tomada, postergando e impactando a escolha de alternativas mais viáveis. Talvez, a melhor opção para um governante público que deve ter a visão voltada para o coletivo, seria a de levar o estádio para uma região degradada e/ou deprimida no aspecto urbanístico e promover o desenvolvimento, pensando no Pós-Copa.
Esse cenário atinge Guarulhos em relação às oportunidades, sendo pernicioso para a cidade, que fica desorientada para desenvolver um planejamento estratégico para otimizar os ganhos com a Copa do Mundo, como por exemplo, com a atração dos turistas, movimentação dos serviços locais e parcerias.



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