Dr. Devanildo Damião • Mestre e Doutor em Gestão
Tecnológica - USP • Pesquisador do Núcleo PGT -
USP • Coordenador do Núcleo Acadêmico e do Núcleo do Pq
Tecnológico da AGENDE
As Olimpíadas são os eventos que, dada a diversidade e o nível de competitividade dos participantes, representam o momento de maior consagração do esporte. Atletas do mundo todo tentam atingir o desempenho máximo, desafiando os limites e representando toda uma nação. Aqueles que participam da competição na essência são vencedores, visto que superaram outros esportistas, para representar o País na modalidade. Também anterior aos jogos são colocados critérios de desempenho, que deverão ser superados para credenciar os atletas, ou classificar a equipe. As potências do esporte são conformadas com trabalhos estruturais de formação de jovens, fato que demanda investimentos em larga escala. De maneira negativa, podemos citar Cuba que, devido às condições financeiras não favoráveis e ao término do apoio financeiro da Rússia, mandou uma pequena equipe para os jogos e não conseguiu classificar a tradicional equipe feminina de vôlei. No auge da Guerra Fria, as Olimpíadas eram encaradas como guerras, principalmente pelo bloco socialista que inclusive se utilizava de estratégias de dopping tecnológico para seus atletas. A Alemanha dividida era um bom exemplo. A definição do local e da organização do evento cabe ao Comitê Olímpico Internacional, que escolhe a sede com base em candidaturas. O COI gerencia toda a execução do evento. Por exemplo, sugere os temas que devem ser contemplados na cerimônia de abertura. Importante frisar que o espaço físico para o evento é uma cidade, não sendo o estado ou mesmo o País. Exemplos: Barcelona, Londres e Rio de Janeiro. Visto que envolvem competitividade, as tecnologias são largamente utilizadas para melhorar o desempenho, sobretudo nos esportes que são diferenciais, tais como a vara do salto com vara, a raquete no tênis, a espada na esgrima, ou o tênis (calçado) no atletismo. A tecnologia permite coisas fantásticas, como a prótese mecânica de corredor de alto nível. Uma discussão que gostaria de realçar deve-se ao número de medalhas nos esportes coletivos. Particularmente, acho injusto para um País vencedor do torneio de voleibol receber somente uma medalha, a mesma que pode ser conquistada por uma modalidade no hipismo, que depende mais do cavalo do que do atleta. Não seria a hora de uma revisão? Pelo menos colocar o tema na pauta antes das Olimpíadas de 2016, inclusive, corrigindo distorções como a do futebol de salão que não é considerado esporte olímpico, mesmo sendo o mais praticado nas quadras de esportes dos colégios, inclusive na Rússia, que importou vários jogadores brasileiros. Cabe aos responsáveis pela organização do evento no Rio a observação minuciosa dos acontecimentos em Londres, e analisar os fatores que podem ser melhorado e as falhas que deverão ser evitadas.