Dr. Devanildo Damião
• Mestre e Doutor em Gestão Tecnológica - USP
•
Pesquisador do Núcleo PGT - USP
• Coordenador do Núcleo Acadêmico e do Núcleo
do Pq Tecnológico da AGENDE
Com o final do ano de 2012, especula-se um ano de 2013, bastante promissor, principalmente na perspectiva de evolução do Parque Tecnológico de Guarulhos. No início do ano, será consolidada a dação da área pelo DERSA para a Prefeitura, abrindo espaço para o avanço do projeto.
Dada a complexidade do projeto (complexo pelo fato de envolver diferentes ativos, tais como centros de pesquisas, incubadoras de empresas, condominios empresarias, centros avançados de pesquisa e pós-graduação, entre outros) é necessário examinar e organizar as ações de forma lógica e coerente.
Naturalmente, são precipitadas discussões sobre os tipos e segmentos de empresas que irão ocupar os espaços, o modelo de gestão e governança, as fontes de recursos para a construção. É importante, frisar que tradicionalmente, os Parques Tecnológicos são iniciados com Incubadoras de Empresas Tecnológicas, laboratórios, administração e condomínios empresariais.
A experiência dos Parques Tecnológicos permite observar que a governança é impactada pela propriedade da área, existindo diferentes modelos. PTs com maior proximidade com a Universidade (modelo americano), Parques oriundos de iniciativas privadas (com foco imobiliário) e Parques com ampla participação do poder público local, os chamados modelos de terceira geração.
Esse último é o que prevalece localmente, visto que, na maioria dos PTs no Estado de São Paulo a propriedade da área é da Prefeitura. Assim, de forma bastante pertinente, foi instituido pelo Estado, o Sistema Paulista de Parques Tecnológicos – SPTec , considerando a seguinte premisssa: a iniciativa deve ser ancorada no Município e o Estado auxilia no processo de construção civil, organização e gestão.
O apoio da SDECT do Estado de São Paulo induz de forma indireta a organização e estruturação do projeto, demandando os estudos, pesquisas e documentos necessários para o credenciamento do Parque Tecnológico, o qual serve como qualificação para recebimento de recursos.
Felizmente, Guarulhos já possui um grande acúmulo nesta área que foi iniciado com o projeto da FAPESP em 2007 com o apoio da USP, e prosseguiu com a Agende Guarulhos, a qual formatou uma equipe técnica especializada, para desenvolver os estudos para o projeto do Parque Tecnológico, e simultaneamente, sensibilizou as lideranças da cidade sobre a sua viabilidade. Também, por parte da Agende foi realizado um grande esforço para desenvolver competências na gestão destes ambientes, inclusive com missões internacionais.
Para finalizar, espera-se que neste novo momento, as forças oriundas do poder público, academia e sociedade civil articulem-se para pensar o melhor modelo para Guarulhos, o qual garanta a sustentabilidade para os cidadãos, com a modernização da nossa indústria e o adensamento da base de Ciencia, Tecnologia e Inovação.