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A lógica própria da inovação tecnológica

Dr. Devanildo Damião
• Mestre e Doutor em Gestão Tecnológica - USP
• Pesquisador do Núcleo PGT - USP
• Coordenador do Núcleo Acadêmico e do Núcleo do Pq Tecnológico da AGENDE

A discussão sobre inovação tecnológica sempre é instigante. Cabe a observação de que uma invenção, quando gerada, está distante da forma quando atinge um estágio de difusão que a permite ser competitiva no mercado.

Fica latente a necessidade de gestão deste processo, o qual envolve rotinas de produção intelectual, tecnologia de preços, estratégias de mercado e assim por diante.

Para exemplificar, o primeiro computador eletrônico o Eniac, tinha mais de 30 m de comprimento e 18 mil tubos de vácuo.

Outro exemplo fica registrado no gargalo tecnológico que representou a qualidade dos aços para suportar a pressão do vapor, até tornar a máquina a vapor uma solução tecnológica viável.

Mudanças são indutoras de novas mudanças, envolvendo um leque de oportunidades. A partir do advento de uma inovação tecnológica de impacto, potencializa-se o desenvolvimento de toda cadeia produtiva.

No que tange ao crescimento econômico, a inovação tecnológica tem o potencial de criar indústrias
totalmente novas, dedicadas à produção de novos bens, os quais serão atrativos para novos consumidores, com geração de renda adicional.

Após o crescimento inicial, as taxas de crescimento serão menores pelo efeito da concorrência e saturação do mercado. Mas ainda serão possíveis melhorias nos processos de produção e gestão até atingir-se o nível de equilíbrio do mercado.

Os processos inovativos precisam ser observados com base em ciclos bem definidos, sendo necessário um processo de indução inicial, e considerando que as inovações não seguem os conceitos econômicos tradicionais. Compõem-se de um cenário bem específico, que justifica políticas públicas de apoio.

Neste aspecto, situam-se uma miríade de ações, tais como apoio de plataformas tecnológicas, indução de setores estratégicos, compras governamentais, apoio a pesquisa industrial e desenvolvimento de ambientes de inovação.

Essas iniciativas permeiam as iniciativas inovativas com recursos que permitirão vencer os desafiadores ciclos iniciais.

No caso brasileiro, o domínio da tecnologia de extração de petróleo em águas profundas foi possível pelo domínio conjunto de diversas tecnologias, que envolvem aspectos mecânicos, tecnologia da informação, engenharia e geologia, com o desenvolvimento do Cenpes (Centro de Pesquisa da Petrobrás).

Outra experiência de grande repercussão é o projeto que levou o homem à Lua. Aquele objetivo instigou pesquisa e desenvolvimento em diversas áreas de ponta, numa verdadeira corrida tecnológica.

O desafio do pré-sal tem o potencial de alavancar o estágio tecnológico do País, permitindo o desenvolvimento em diversos campos do conhecimento, incorporando novas tecnologias e o desenvolvimento de competências para o País.




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