• Mestre e Doutor em Gestão
Tecnológica - USP • Pesquisador do Núcleo PGT - USP • Coordenador do
Núcleo Acadêmico e do Núcleo do Pq Tecnológico da AGENDE
A discussão sobre inovação tecnológica sempre é instigante. Cabe a observação de que uma invenção, quando gerada, está distante da forma quando atinge um estágio de difusão que a permite ser competitiva no mercado.
Fica latente a necessidade de gestão deste processo, o qual envolve rotinas de produção intelectual, tecnologia de preços, estratégias de mercado e assim por diante.
Para exemplificar, o primeiro computador eletrônico o Eniac, tinha mais de 30 m de comprimento e 18 mil tubos de vácuo.
Outro exemplo fica registrado no gargalo tecnológico que representou a qualidade dos aços para suportar a pressão do vapor, até tornar a máquina a vapor uma solução tecnológica viável.
Mudanças são indutoras de novas mudanças, envolvendo um leque de oportunidades. A partir do advento de uma inovação tecnológica de impacto, potencializa-se o desenvolvimento de toda cadeia produtiva.
No que tange ao crescimento econômico, a inovação tecnológica tem o potencial de criar indústrias totalmente novas, dedicadas à produção de novos bens, os quais serão atrativos para novos consumidores, com geração de renda adicional.
Após o crescimento inicial, as taxas de crescimento serão menores pelo efeito da concorrência e saturação do mercado. Mas ainda serão possíveis melhorias nos processos de produção e gestão até atingir-se o nível de equilíbrio do mercado.
Os processos inovativos precisam ser observados com base em ciclos bem definidos, sendo necessário um processo de indução inicial, e considerando que as inovações não seguem os conceitos econômicos tradicionais. Compõem-se de um cenário bem específico, que justifica políticas públicas de apoio.
Neste aspecto, situam-se uma miríade de ações, tais como apoio de plataformas tecnológicas, indução de setores estratégicos, compras governamentais, apoio a pesquisa industrial e desenvolvimento de ambientes de inovação.
Essas iniciativas permeiam as iniciativas inovativas com recursos que permitirão vencer os desafiadores ciclos iniciais.
No caso brasileiro, o domínio da tecnologia de extração de petróleo em águas profundas foi possível pelo domínio conjunto de diversas tecnologias, que envolvem aspectos mecânicos, tecnologia da informação, engenharia e geologia, com o desenvolvimento do Cenpes (Centro de Pesquisa da Petrobrás).
Outra experiência de grande repercussão é o projeto que levou o homem à Lua. Aquele objetivo instigou pesquisa e desenvolvimento em diversas áreas de ponta, numa verdadeira corrida tecnológica.
O desafio do pré-sal tem o potencial de alavancar o estágio tecnológico do País, permitindo o desenvolvimento em diversos campos do conhecimento, incorporando novas tecnologias e o desenvolvimento de competências para o País.