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Revolução energética nos Estados Unidos



Dr. Devanildo Damião

• Mestre e Doutor em Gestão Tecnológica - USP
• Pesquisador do Núcleo PGT - USP
• Coordenador do Núcleo Acadêmico e do Núcleo do Pq Tecnológico da AGENDE

Os EUA notabilizaram-se pelo alto consumo de petróleo e carvão para mobilizar a sua economia, na prática consomem um quinto da energia do mundo. Logicamente, a importação destes combustíveis afetam os resultados comerciais no mundo todo, refletidos no fato que ainda compram mais da metade do petróleo que consomem, cerca de 56%, importando 22% do Canadá, 12% do México e 22% do Iraque.

No momento, os americanos estão bem otimistas quanto ao xisto que tem o potencial de abalar a ordem energética mundial. O xisto é uma rocha sedimentar que resulta das transformações seculares de elementos vegetais, ofertando uma mistura de hidrocarbonetos de massa elevada, os quais ao serem processados geram vários produtos da indústria petroquímica de forma mais limpa do que os combustíveis tradicionais. Por exemplo, gera um combustível até duas vezes mais limpo que o carvão mineral. Os americanos têm sorte de dispor de enormes jazidas.
O processo de extração foi obtido a partir do folhelho (popularmente
conhecida como xisto betuminoso), desenvolvido pelo empresário texano George P. Mitchell. A tecnologia do “fracking”, ou fratura
hidráulica, combinada com a perfuração horizontal, permitiu explorar
os imensos recursos de hidrocarbonetos das jazidas de xisto nos Estados Unidos, alcançando a produção de 6,4 milhões de barris diários de petróleo: um aumento de 32% em cinco anos, um recorde para os últimos 15 anos. Até o final de 2014, a produção de petróleo
dos EUA atingirá uma média de 8 milhões de barris por dia. O Brasil produz atualmente 2 milhões de barris diários e caso as previsões positivas do pré-sal forem efetivadas, a produção será de 5 milhões em 2020.
A Agência Internacional de Energia (AIE) prevê que os EUA se transformem no maior produtor mundial de petróleo em quatro anos, superando a Arábia Saudita e a Rússia e alcançará a independência energética em 2030.
Especificamente, em relação ao gás de xisto, ele já é usado no aquecimento de mais de 60 milhões de casas, além de ser insumo para a geração de cerca de 25% de toda a eletricidade consumida no país. A revolução é real, a oferta subiu para 100 anos de gás  facilmente acessível, sendo que o mundo dispõe de 250 anos.
A revolução afeta outros segmentos, por exemplo, muitos fabricantes de produtos químicos estão deixando de usar o petróleo e passando a usar o gás natural na produção do propano, butano além de tintas
e até semicondutores. O impacto econômico é sentido no adensamento de novas plantas industriais, sendo que grandes empresas estão investindo mais de US$ 15 bilhões em capital para modernizar as instalações existentes e construir novas instalações devido à abundância de gás natural. O gás natural pode ser usado para fazer vários produtos como pneus, tapetes, anticongelante, lubrificantes, pano e vários tipos de plástico.
Importante frisar que todo o movimento surgiu a partir da utilização de novas técnicas, novos modelos de produção, da persistência de um empreendedor, elementos que caracterizam a importância da inovação e refletem o seu impacto no desenvolvimento econômico.



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