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O Brasil que inova
Dr. Devanildo Damião
• Mestre e Doutor em Gestão
Tecnológica - USP
• Pesquisador do Núcleo PGT - USP
• Coordenador do Núcleo Acadêmico e do Núcleo do Pq Tecnológico da AGENDE
• Pesquisador do Núcleo PGT - USP
• Coordenador do Núcleo Acadêmico e do Núcleo do Pq Tecnológico da AGENDE
Atividades inovativas são inerentemente ligadas ao risco. Sendo assim, entende-se que cabe ao Estado apoiar as empresas, compartilhando o risco da inovação em setores de interesse estratégico, por meio de maior aporte de recursos subvencionados e oferta de crédito.
Neste mês, tivemos o lançamento do maior programa de incentivo à inovação desenvolvido na América Latina. A magnitude do programa pode ser sentido em dois aspectos principais:
1- Os recursos, que envolveram valores bilionários (R$ 32,9 bilhões em dois anos);
2- A plataforma de articulação, que envolveu diversos ministérios.
O resultado foi um programa audacioso que contempla uma plataforma de inovação, envolvendo o fortalecimento das organizações, a priorização de segmentos estratégicos (não confundir prioridades com exclusividade), instrumentos claros para destinação dos recursos e capilaridade para envolver empresas de diferentes tamanhos.
O próprio programa foi inovador ao criar a Embrapii (Empresa Brasileira para Pesquisa e Inovação Industrial),o que permitirá mais flexibilidade na gestão dos recursos e dos projetos.
A iniciativa, uma parceria dos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Educação (MEC) com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), vai contar com um aporte de R$ 1 bilhão, em 2013 e 2014, provenientes do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e dos parceiros envolvidos.
O programa combate a redundância e a dispersão de ações, que enfraquecem o sistema. A visão é da integração de iniciativas, direcionando o vetor para o mesmo fim com o alinhamento dos instrumentos.
O programa tem a oportunidade de capacitar as diversas instituições que buscam desenvolver pesquisa, por meio da qualidade dos editais. O processo de submissão de propostas é passível de oferecer um grande aprendizado para o empreendedor. O desenvolvimento do projeto deve ser um momento de aprendizado do negócio.
A micro e pequena empresa será beneficiada com o aporte de R$ 1.3 bilhão para o Sebrae, sendo possível incrementar os seus programas e aumentar o acesso do pequeno empresário.
Esse conjunto de ações demonstra claramente a visão do governo em apostar na inovação como estratégia para o desenvolvimento, buscando desenvolver diferentes estratégias baseadas no conhecimento como resposta aos desafios.
Quando se observam de forma global as ações do governo, fica nítida a coerência de ações. De um lado, buscando de forma pontual mitigar os efeitos das distorções de juros, câmbio e enfraestrutura; e, paralelamente, oferecendo instrumentos para ações que tendem a ser estruturantes, como o apoio à geração do conhecimento e aplicação de inovações nas empresas.
