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Conflito entre o conforto e a dinâmica

Dr. Devanildo Damião
• Mestre e Doutor em Gestão Tecnológica - USP
• Pesquisador do Núcleo PGT - USP
• Coordenador do Núcleo Acadêmico e do Núcleo do Pq Tecnológico da AGENDE

"É natural a urgência de maior articulação entre o poder público e a sociedade civil"

O ser humano tende a observar o mundo com base numa visão estática, ignorando que a cada momento as coisas estão em trânsito e modificando-se. A Terra gira em constante movimento e o solo onde firmamos os nossos corpos estão movimentando-se pelo efeito do deslocamento das placas tectônicas que buscam se estabilizar, também, os nossos corpos a partir da idade adulta, começam a sofrer a regressividade de funções, impactando numa contagem inversa de nossa permanência no planeta, todavia, tendemos a ignorar estas mudanças.

No campo das ideias, as quais envolvem uma complexa relação nervosa, esse fenômeno se acentua, visto que a formação do conhecimento envolve esforços significativos e consume recursos do indivíduo (tempo). Também não se pode ignorar que o reconhecimento da mudança envolve a mudança do paradigma estável e confortável para o desafio do novo.

Essa situação é transversal a todos os segmentos e, no campo organizacional, recebe tratamento especial da disciplina de gestão das mudanças. Um bom exemplo, refere-se ao técnico que se especializou em consertar determinada máquina, possuidor de curva de conhecimentos considerável naquela operação. Um dia, descobre que a sua estimada máquina não será mais necessária para o processo produtivo da empresa na qual trabalha, por razões diversas, tais como a terceirização daquela função, o processo de mudança terá um inimigo mortal.

Na seara pública, dada a alta progressividade das demandas, a adaptação deve instantânea, e elas precisam ser apropriadas rapidamente para gerar respostas sob o formato de políticas públicas.

Alguns anos atrás, para receber indústrias geradoras de riquezas sustentáveis, as variáveis utilizadas pelo município eram incentivos fiscais e espaços apropriados (logística), no campo das economias de escala.

A internacionalizacão provocou mudanças no cenário, com o adensamento das demandas e as empresas inovadoras observam outras variáveis, tais como a qualificação de mão de obra atual e futura, o arcabouço regulatório (conjunto de leis, normas e incentivos, diminuição da burocracia) e as organizações e serviços disponíveis, tais como, infraestrutura de comunicação e bancária, sistema de ensino e moradias.

Nesta nova realidade é natural a urgência de maior articulação entre o poder público e a sociedade civil organizada. Na realidade é a justificativa para o fortalecimento das entidades do terceiro setor, as quais, quando dotadas de qualificação técnica, podem identificar demandas, propor soluções e mesmo operá-las em prol da sociedade.

Uma sociedade avançada, se constrói com a junção de competências variadas e o representante público deve priorizar o alcance dos resultados. O seu maior desafio é o priorizar ações da população, ou seja, analisar as variadas demandas e selecionar aquelas que necessitam ser priorizadas, desenhando políticas empenhando os recursos públicos com maior efetividade e produtividade possível.




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