Dr. Devanildo Damião
• Mestre e Doutor em Gestão
Tecnológica - USP
• Pesquisador do Núcleo PGT - USP
• Coordenador do
Núcleo Acadêmico e do Núcleo do Pq Tecnológico da AGENDE
O Brasil e o
Uruguai são países irmãos. Então, nada mais natural do que estreitar as
relações, buscando acordos do tipo ganha-ganha, com resultados positivos
para ambos os países.
Os benefícios podem ser resultantes de
grandes acordos diplomáticos entre dois ou mais países, como ocorreu com
o Mercosul, ou mesmo na perspectiva de projetos bilaterais, envolvendo
ações específicas.
Nesta semana, uma comitiva de empresários e
lideranças de Guarulhos visitou o Uruguai, e foram assinados importantes
protocolos e acordos de cooperação.
O país é a 78º economia
mundial, e os principais setores da economia são os serviços, que
correpondem a mais de 73% da riqueza do país, seguidos de indústria
(14%) e da agropecuária (13%).
A união dos setores gera uma
riqueza anual cerca de R$ 53,5 bilhões de dólares (2012), correspondendo
a cerca de 2,6 vezes o PIB de Guarulhos.
A sua população é de
cerca de 3,4 milhões de habitantes, com uma expressiva parte necessitada
de resgate social, dado que 20% estão abaixo da linha de pobreza,
apesar de o país possui um dos mais elevados índices de IDH
(desenvolvimento humano), posicionando-se na 48º posição mundial.
Mas este IDH é influenciado pelo fato de que quase toda a sua população é alfabetizada (98%).
A
proximidade com o Brasil e a Argentina são determinantes para o
comércio exterior, e as exportações do Uruguai são destinadas ao Brasil,
que absorve cerca de 1/5 do total.
O Brasil também é o principal fornecedor de bens para o Uruguai, um pouco à frente da Argentina.
O
Uruguai atualmente busca melhorar a condição da estrutura da sua
indústria de manufatura, com a aplicação de conhecimentos, objetivando
ser mais competitivo e menos dependente de produtos do exterior, além de
possibilitar melhorias no comércio internacional.
Para aumentar
a intensidade tecnógica da sua indústria, precisa investir na
competitividade das suas empresas, pricipalmente nas médias e pequenas.
O
caminho é o adensamento tecnológico, que possibilita diminuir a
importação de manufaturados e fortalecer elos estratégicos do sistema
produtivo.
O país, de forma similar ao Brasil, enfrenta um gargalo comum em inovação, de transformar o conhecimento gerado em negócios.
Os parques tecnológicos são um caminho viável, sendo significativo o exemplo do Parque de Montevidéu, no Uruguai.
É
um exemplo bem sucedido da aplicação de um instrumento de política
pública para rápidos avanços no desenvolvimento de tecnologias, o qual
pode contribuir na formulação do projeto de Guarulhos.
Os
acordos envolvem as empresas, academia e contam com o apoio do Poder
Público, manifestada na expressiva presença do prefeito Sebastião
Almeida na comitiva.