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Dos átomos para os bytes


Dr. Devanildo Damião
• Mestre e Doutor em Gestão Tecnológica - USP
• Pesquisador do Núcleo PGT - USP
• Coordenador do Núcleo Acadêmico e do Núcleo do Pq Tecnológico da AGENDE

Dada a competitividade atual, não existem dúvidas de que as empresas vencedoras serão aquelas que promoverem a inovação de forma contínua e sustentada.

Para tal, devem fortalecer os investimentos em  pesquisa, desenvolvimento e inovação, envolvendo, sobretudo, recursos humanos apropriados.

Mas existe um desalinhamento temporal entre os investimentos nas condições propiciadoras para a inovação e os resultados advindos dos processos inovativos, os quais não acontecem de maneira direta e linear. Todavia, são circulares.

Para tornar o conceito mais palatável, imagine uma criança. A sua condição profissional futura é função dos investimentos presentes. O retorno/produto da sua formação é no longo prazo, mas continuamente ela torna-se um ativo mais valioso.

Normalmente, quando o responsável pelas finanças da casa faz o fluxo de caixa, os recursos relacionados à educação são colocados como despesa. Mas de que forma deverão contabilizados? Não seria importante adicionar esse intangível como riqueza alcançada?

Na minha contabilidade pessoal, o fato de meu filho mais velho de cinco anos estar alfabetizado é um intangível riquíssimo, agregado ao pequeno Produto Interno Bruto da minha família.

Mas as empresas estão medindo os valores intangíveis? Elas reconhecem quais são os profissionais que agregam valor à sua imagem? Elas reconhecem quais são os profissionais que têm a capacidade de trazer riquezas?

Na Suécia, desenvolveu-se uma linha de estudos com o objetivo de mensurar o capital intelectual das empresas. O esforço foi bem sucedido em grandes empresas, cujo valor de mercado supera muitas vezes o valor do patrimônio físico.

Por exemplo, a Apple tem valor de mercado de US$ de 400 bilhões e o seu patrimônio físico é de US$ 15 bilhões, menos do que 5%.

A diferença está em outros fatores não contabilizados tradicionalmente. São os “intangíveis”, como marcas, patentes, obras literárias, obras de arte, condição de sustentabilidade futura, softwares, treinamento dos trabalhadores, programas de qualidade etc.

Na essência, são os ativos geradores de riqueza futura para a empresa, a qual investiu e mobilizou capital humano para transformá-lo em capital intelectual.

Portanto, devem ser tratados como investimentos e receber tratamento diferenciado. Não são meramente despesas, como lembrado pelo presidente do Banco Central dos Estados Unidos, Ben Bernanke, para quem os governos terão maior capacidade de promover atividades inovadoras quando a capacidade de mensurá-las tornar-se mais eficiente.

Em suma, para que uma árvore produza bons frutos no futuro é essencial tratar a terra e adubá-la no presente.

E sem esquecer de pesquisar a hipótese de ser construído um novo prédio na área na qual ela está sendo plantada.





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