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O bonito, a feia e o legalzinho
Devanildo Damião

O humor dos mercados globais é volátil e incerto. Não são raros os casos de intenso otimismo que acabam em intensas crises.

A dinâmica de avaliação está ancorada nos indicadores macroeconômicos dos países, analisados pontualmente pelas agências internacionais de classificação de risco.

Logicamente, existem elementos subjetivos nas análises, dentre os quais até mesmo projeções de reformas dos países, que podem ser confirmadas ou não.

Estes fatores são o pano de fundo para dois casos extremados no momento: a Argentina e o México. A Argentina é observada com olhares bastante pessimistas, motivados por uma condução heterodoxa da economia e falta de credibilidade internacional,

O México está numa posição diametralmente oposta, dado que apresenta agenda de reformas estruturais, tais como investimentos nos setores de energia, comunicações e disposição para flexibilizar as leis trabalhistas.

Além disso, apresenta crescente taxa de investimento (25% do PIB) e produção industrial crescente, além de alianças estratégicas com os Estados Unidos e países do Pacífico.

Já o Brasil é atualmente protagonista de uma intensa mudança de humor dos mercados internacionais, saindo da posição agradável de potência emergente do grupo dos Brics (Brasil, Russia, India, China e africa do Sul) e adentrando o grupo dos “Cinco Frágeis”, países com indicadores macroeconômicos desfavoráveis e suscetíveis aos ataques globais, No mesmo grupo estão Indonésia, Índia, África do Sul e Turquia.

Na prática, além da estimular uma intensa discussão sobre a viabilidade de reunir economias tão distintas num mesmo grupo, fica o impacto nas negociações e precificação de realizações financeiras.

Essa nova posição diminui sensivelmente o apetite para investimentos em infraestrutura, condicionado a estabilidade local.

Para reverter a situação, os desafios para o Brasil situam-se principalmente nos vetores fiscais e de transações internacionais.

O primeiro refere-se à busca de equilíbrio entre os gastos e receitas do governo, nos quais, apesar do crescente aumento de impostos, não foi atingido o equilíbrio necessário, com déficit de mais de 3% do PIB.

Sobre a balança de pagamentos, existe a intenção de melhorar o grau de sofisticação dos produtos exportados, aumentando a intensidade tecnológica dos mesmos e abandonando a lógica de comercializar produtos in natura e importar produtos com maior valor adicionado.

Para ficar bonito, não será fácil…





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