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XX Seminário da ANPROTEC: Atividades de 21 de setembro.

Painel 1: O Papel dos Parques Tecnológicos no desenvolvimento da região – Experiências internacionais


 Caso Coréia do SUL:  Roberto Astor Moschetta – Diretor do Parque Científico e Tecnológico da PUC do Rio Grande do Sul (TECNOPUC)


 Insere-se no contexto do Programa de Parques Tecnológicos da Coréia do Sul, que anualmente organiza um ciclo de cursos com o objetivo de disseminar os projetos de Parques Tecnológicos na Coréia. Nesse ano foi escolhido um representante do Brasil, o qual reportou a sua experiência.
 Inicialmente, foram apresentados dados referente à economia do Brasil e Coréia nos anos 70 que apresentavam indicadores econômicos (PIB per capta) parecidos e posteriormente a trajetória da Coréia do Sul que a levou a se distanciar do Brasil em termos econômicos, educacionais e tecnológicos. O processo se iniciou com as políticas de proteção da indústria local, baseadas na substituição das importações e posteriormente o foco nas exportações, destacando o desenvolvimento de produtos e processos complexos, com a migração da pauta centrada em Commodities para produtos com maior valor agregado.
 Dentre os fatores considerados favoráveis estão a ajuda americana (recursos) relacionado ao processo de ocupação militar, o posicionamento geográfico, a colaboração entre o governo e a indústria (mesmo com a ditadura) e a cultura de rivalidade com o Japão.
 O governo é um forte promotor e patrocinador da política de inovação com investimento do Produto Interno Bruto (PIB) em torno de 3,37%, fato que alavancou os investimentos privados em pesquisa. A estrutura organizacional do sistema coreano prevê uma nítida divisão entre as pesquisa básica e a aplicada que são desenvolvidas em institutos de pesquisas.
 Existe um programa nacional de Parques tecnológicos, com 17 parques tecnológicos no país, sendo que um tornou-se uma Technópolis, a modelagem envolve o desenvolvimento de estruturas com arquitetura diferenciada, com institutos de pesquisa no entorno e espaços para ocupação de moradias.


• Caso Francês: Michel Brunet – Consultor internacional


 Caracterizou a sua apresentação em aspectos mais operacionais das empresas nos Parques Tecnológicos enfatizando a relação do desenvolvimento de empresas e a necessidade de captação de recursos.
 Inicialmente ele relatou a sua experiência com empresas em Parques Tecnológicos, evidenciando a importância dos Parques como instrumentos para que o conhecimento seja apropriado no mercado.
 A estrutura de apresentação enfatizou dois aspectos críticos num Parque Tecnológico: i) como atrair grandes empresas e ii) como criar um ambiente favorável para o surgimento de start-ups (empresas iniciantes).
 Relacionado ao primeiro aspecto, existem duas perspectivas, o ambiente favorável para as empresas, relacionado ao oferecimento de infraestrutura (organização do território) e incentivos e o ambiente favorável para as pessoas que irão trabalhar que envolve melhorias de infraestrutura e serviços. Os projetos de Parques Tecnológicos têm grande poder de influência sobre as localidades e requalificam uma região.
 No que se refere ao surgimento de empresas iniciantes, a apresentação destacou os processos de criação de empresas e as necessidades de capitalização inerentes ao seu desenvolvimento, modulando as possibilidades de fontes não convencionais como business angels, venture capital e capital semente.

Painel 2:  Política Pública para Parques Tecnológicos – Onde Estamos?


1. José Eduardo Fiates – Diretor do SAPIENS PARK de Florianópolis
 Baseou a sua apresentação no estudo efetuado no âmbito da Anprotec sobre o panorama de Parques Tecnológicos. O estudo mencionado com base em benchmarking em 22 países mencionou a necessidade do desenvolvimento de projetos âncoras em Ciência e tecnologia (C&T) e que esses projetos são fundamentados fortemente na necessidade de investimentos públicos. Os principais desafios foram: a dificuldade do engajamento efetivo de lideranças acadêmicas nos projetos de Parques Tecnológicos; a necessidade de regras claras para a atração de investimentos privados e, sobretudo a falta de uma política nacional de apoio, envolvendo Estados, Municípios e Governo Federal.
 Apresentou o modelo de políticas públicas originado no estudo que evidencia no seu primeiro capítulo os princípios, declarações e diretrizes, seguido do capítulo II de aspectos de regulamentação, fortalecimento e melhor utilização do arcabouço jurídico existente, no qual são abordadas questões pertinentes ao sistema de governança e apoio a financiamentos às empresas e aos Parques Tecnológicos.


 Como aspectos de melhorias foram citados:


• a necessidade de desenvolver mais empresas brasileiras líderes em inovação;
• o financiamento de toda a cadeia de inovação;
• o desenvolvimento de uma comunidade de gestores da inovação;
• o financiamento da demanda de empresas em relação à inovação;
• o surgimento de padrões de referências e sistemas de controle e integração de políticas públicas e privadas.

2. Maurício Guedes – Presidente da Associação Internacional de Parques Tecnológicos (IASP)


 Balizou a sua apresentação na estrutura de três questões.


1ª Questão – O objetivo dos Parques Tecnológicos é público ou privado?


A essência dos objetivos de um Parque Tecnológico é de natureza pública, vide a própria definição da IASP – Associação Internacional de Parques Científicos e Tecnológicos, todavia existe uma ausência de incentivos dos governos.


2ª Questão – Quais seriam as dimensões de uma Política Pública Nacional para Parques Tecnológicos?


A dimensão de uma política pública para o seu desenvolvimento deveria contemplar:


• o arcabouço legal,
• o ambiente econômico,
• o capital humano,
• as condições de acesso e financiamento,
• regulação e incentivos para o capital de risco,
• os incentivos fiscais e
• os investimentos em infraestrutura e operação.


3ª Questão – O que falta fazer?


• Aprimoramento na Lei de inovação no que se refere aos Parques tecnológicos contemplando aspectos operacionais e jurídicos.
• Desenvolvimento de capital humano – ampliação em grande escala de formação de doutores e engenheiros
• Investimentos públicos seletivos para os melhores Parques Tecnológicos.

Comentários e discussões


 Com vistas a aproximar nossas ações das que vêm sendo adotadas pelos demais países que vivem momentos de crescimento como o Brasil, tais como Coréia e Índia, destacou-se a necessidade de estabelecer uma interação com o Governo Federal a fim de se estabelecer uma definição clara de política pública incentivadora da criação de ambientes inovativos.
 Nesta mesma linha, surgiu uma forte preocupação com o grande número de projetos de Parques Tecnológicos e o risco de se criar uma banalização da idéia, reduzindo a importância destas iniciativas a exemplo do que ocorreu com os distritos industriais no passado.
 Neste sentido ficou clara a necessidade também de buscar junto aos governos em suas diversas esferas assim como junto aos órgãos de fomento, o estabelecimento de critérios que priorizem a destinação de recursos aos projetos realmente capazes de cumprir o objetivo maior que é a geração de conhecimento, inovação nos processos produtivos e produção de desenvolvimento econômico e social sustentado nas diversas regiões do país.




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