Brasil é único emergente a se desacelerar em outubro
Matéria publicada pelo jornal Folha de São Paulo de 16/11/2010, mostra que entre os grandes países emergentes, o Brasil foi o único a voltar a amargar em outubro uma desaceleração da atividade econômica. A tendência de perda de ritmo da expansão da economia brasileira se mantém desde janeiro deste ano. Essa desaceleração se dá devido à forte demanda crescente nacional por produtos, principalmente industrializados, e a alta das atividades no comércio que importa produtos para atender ao mercado interno. Em uma pesquisa do HSBC em parceria com a consultoria Markit Economics, chamado de EMI (sigla em inglês para Índice de Mercados Emergentes) que mede o desempenho combinado da indústria e serviços com base em informações prestadas por representantes dos dois setores, mostra que o nível de atividade econômica do Brasil desacelerou entre setembro e outubro de 51 para 50,8 pontos; a China que estava com 54,3 subiu para 57,4; a Índia de 56,5 passou a 58,4; a França estava com 58,1 e caiu para 54,9 e os EUA somente na indústria estava com 54,4 e subiu para 56,9. O EMI acima de 50 indica expansão e inferior sugere contratação, e o patamar de 50,8 atingido pelo Brasil está próximo de uma estagnação. Assim, este índice preocupa, pois, verifica-se o desequilíbrio na balança comercial por excesso de importações de produtos industrializados em detrimento da pujança das indústrias nacionais para atender o mercado interno. Este quadro tende a pressionar a inflação e criar déficits crescentes nas transações do Brasil com o exterior. Segundo Fernando Montero, economista-chefe da corretora Convenção, “cortes de gastos do governo (que vêm crescendo a ritmo forte) seriam a solução ideal para corrigir os desequilíbrios que se formam no Brasil. Isso levaria a uma moderação da demanda doméstica e diminuiria a pressão sobre a indústria local”.