Editorial CIESP Guarulhos
Daniele Pestelli - Diretor Titular do CIESP Guarulhos e Presidente da AGENDE Guarulhos.
A hora e a vez da inovação!
Os modelos econômicos de produção foram desafiadoramente alterados nos últimos anos.
Exemplo é o gigante chamado China, em que convive um regime político comunista, de partido único, não democrático, com um modo de produção capitalista. Nas superpopulosas China e Índia e em países emergentes do sudeste asiático, como o Vietnã, grandes levas de populações rurais migram para as cidades. Lá, cerca de 1,5 bilhão de camponeses migraram ou migrarão do campo para as cidades nas próximas décadas.
Pressupondo que aqueles que no campo eram produtores, na cidade transformam-se em consumidores, este êxodo rural manterá a demanda por “commodities” muito forte por anos. O Brasil, por ser grande produtor de alimentos e minérios, continuará obtendo bons resultados na exportação e provavelmente manterá a valorização do real.
Já abordei esse tema numa outra edição do Giro onde fiz algumas sugestões vinculadas, mas a como tentar segurar este processo de valorização de nossa moeda. Busco agora apresentar uma nova alternativa, a inovação.
Nas últimas duas décadas tivemos uma quase obsessiva preocupação com a qualidade. As empresas sempre se adaptaram cada vez mais a padrões internacionais de operação e produção que resultaram num controle de qualidade mais eficaz e perceptível. As séries ISO de certificação são garantias que o próprio mercado impôs aos produtores.
O mesmo precisa ocorrer agora com a inovação; a meu ver estamos entrando na década da inovação.
A inovação não diz respeito somente a novos produtos com base tecnológica. Novos métodos e processos de produção, uma nova gestão eficaz e inédita, um novo olhar diferenciado para o mercado são todos meios de perceber necessidades emergentes ou até mesmo criar novas necessidades de consumo e assim valorizar o que produzimos.
Nos anos 1990 a Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE), produziu o Manual de Oslo onde definiu e padronizou conceitos e indicadores de inovação para os países industrializados. Este documento é hoje considerado como a partida do movimento mundial pela inovação.
Atento a isso, o CIESP constituiu um Núcleo da Inovação, capitaneado pelos industriais Pio Gavazzi (diretor financeiro do CIESP) e Fausto Cestari (vice-presidente do CIESP). Esse Núcleo busca sistematizar procedimentos de inovação na produção industrial voltados ao aumento da competitividade. No momento, trabalha-se numa metodologia fomentadora de ações inovadoras aplicadas à indústria. Pretende-se selecionar 750 empresas industriais de médio porte no Estado, dentre as associadas. Ao final serão definidas 50 que comporão um grupo de controle experimental de aplicação deste método. Depois, a ideia é a disseminação universal entre as empresas associadas em todo o estado de São Paulo. As regionais do CIESP acompanham a iniciativa.
Em Guarulhos e região, o responsável é o Nilson Cruz, que também participa da Incubadora de Empresas de Guarulhos, capitaneada pela AGENDE.
Portanto, em breve teremos, para nossos associados de Guarulhos, Mairiporã, Arujá e Santa Isabel, um verdadeiro manual de métodos e procedimentos com vistas à inovação, capaz de auxiliar as empresas a se tornarem mais competitivas em relação aos mercados externo e interno.
Viva a inovação! Viva a competitividade! Viva a Indústria!