A necessidade de preservação do ativo econômico de Guarulhos, 8º PIB
industrial do país, por si só já é capaz de dar total sentido à
declaração que dei a um jornal da cidade:
“Guarulhos clama pelo
Parque Tecnológico”, assim como clamam outras importantes cidades
de nosso potente Estado, e que, tal qual Guarulhos, precisam
acompanhar o movimento em favor da inovação e da tecnologia – motor da
economia contemporânea – a partir da interação entre mundo científico
(acadêmico e de pesquisa) e produtivo, sob pena de perderem o trem da
atualização e da preservação de sua importância econômica.
Isto nos remete ao nível de esforço que devemos todos (sociedade
civil, imprensa local, poder público e comunidade acadêmica entre
outros) exercer para que possamos superar os entraves que podem
envolver a missão de implantação do Parque. Não podemos e não devemos
olhar para estas dificuldades como se fossem intransponíveis e não
valessem qualquer esforço de superação.
Com esta consciência é que nós da AGENDE nos associamos ao Poder
Público local na busca de uma área que possa abrigar nosso Parque. O
Prefeito Sebastião Almeida determinou a criação de um Grupo de
Trabalho responsável pelo estudo de viabilidade e pela busca de
soluções práticas, inclusive a definição de um espaço adequado. É
notória a falta de estoques de áreas públicas na cidade, ainda mais
para atender ao critério do Sistema Estadual de Parques (Programa do
Governo do Estado de incentivo à criação de Parques Tecnológicos) que
exige uma área mínima de 200 mil m².
Não obstante, jamais deixamos de acreditar na possibilidade de
solucionar este problema a partir da união de esforços entre Sociedade
Civil e Governos Municipal e Estadual.
Nesta linha é que surge a possibilidade de transformar um antigo
problema entre Município, Estado (DERSA) e iniciativa privada (Dry
Port) na solução procurada, a partir de um acordo entre as três partes
que ofereça à Prefeitura Municipal uma área para a instalação do
Parque – ao mesmo tempo em que baixa um valor considerável da dívida
ativa da cidade. O Ministério Público Estadual já demonstrou
concordância com a possível troca de parte da área concessionada para
pagamento da dívida, desde que isto seja acompanhado da resolução do
problema da dívida do Dry Port com o DERSA. Todos esses pontos já
foram pré-acordados em documento assinado pelas duas partes diante do
Promotor Público.
Óbvio que não podemos entender ser este o único caminho para a
solução do entrave. No entanto, havendo de fato a possibilidade de se
chegar a um bom termo, que respeite os limites da lei e preserve o
patrimônio público, devemos todos nós, agentes cívicos que lutamos
pelo desenvolvimento da cidade, incentivar e apoiar Governo Local,
Governo Estadual e Dry Port a solucionar suas pendências, defendendo
ao mesmo tempo, que essa negociação resolva também o importante
gargalo em que se caracteriza a obtenção de área pública para a
implantação do Parque Tecnológico de Guarulhos.
Daniele Pestelli
PRESIDENTE DA AGENDE